Submit your work, meet writers and drop the ads. Become a member
pinkandwhite May 2021
Ar puro na janela
É vendaval
Perfume de canela
Jasmim, nardo
Vestido amarelo

Você para mim
É  flor do instante
Distante a orar
Por mim

O oceano, o bar, a praia
Me leva para casa,
Anjos e arcanjos
É folha de outono,
Felicidade inventada

A flor é o ópio
É o ar, é o sol

Palavras enfeitadas
Poemas e aquarela

Me leva para casa.
Mariana Seabra Mar 2022
No céu diante de mim escondem-se visões de mundos que vivi.

Escondes-te.

Espera…Mas quem és tu? Espera!

Reconheço-te.

Não de agora, talvez de antes.



Antes…



Antes, quando não sabíamos que o mundo era redondo, mas também não importava.

Antes, quando rezávamos a agradecer pelo sol e pela chuva, pela Primavera e pelas flores, pela lua e pelas boas colheitas, quando ainda se via a magia no ar.

Antes, quando o tempo não tinha ainda esse nome e a noite e o dia não tinham distinção marcada pelas horas que se passavam.



“Calma, não há escuridão que uma fogueira não torne mais aconchegante.”- dizias-me, sei lá onde.



Antes, quando corríamos descalças pela terra mole e pela terra dura, quando passeávamos de mão dada pelos eternos campos de milhos.



“Corre por todo o lado. Vai! Não há propriedades neste mundo, a única coisa que possuímos é tudo o que somos.”- dizias-me, sei lá quando.



Antes, quando fugíamos por entre as árvores aos animais da floresta, e logo depois, quando nos apercebemos que o pior animal é o Homem e tivemos de fugir ainda mais depressa.



“Esconde-te dentro de ti mesma e ninguém jamais te encontrará…a não ser eu, como é óbvio, pois já vou saber onde estás.”- dizias-me, sei lá como.

Antes, quando éramos nómadas de mundo e víamos cada pôr-do-sol no cimo das colinas, e tão verdes que elas eram!



“Abraça-me com força, vem aí o escuro, aconchega-me junto a ti para não me perderes lá fora, como uma memória que carregas e gravas num poema, para a vida toda.”- dizia-te, sei lá onde.



Antes, quando nos sentávamos na areia à espera que a maré crescesse e nos tocasse, quando não havia “loucura” ou “sanidade”, quando fazíamos tinta das algas e colares das conchas que o mar trazia, só para nós.



“Ofereço-te este objeto que o mar trouxe e sempre que o encostares ao ouvido ouve-me a sussurrar as palavras mais bonitas destes mundos, só para ti.”- dizia-te, sei lá quando.



Antes, quando deslizava a mão pelo teu cabelo que escorregava nos meus dedos como ondas a encontrar o caminho por entre as rochas, e percorria cada pedaço da tua alma com pinceladas do sangue que nunca se desgasta.



“Pinto-te com a cor que não existe e que não pode ser inventada, a cor do amor eterno que sinto por ti, pinto-te para que no próximo mundo te possa reconhecer assim que te vir. Não te preocupes, vais sempre brilhar em mim como nenhuma outra cor brilhou. Encontra-me também a mim.”- dizia-te, sei lá como.





Talvez antes.



  

Agora…

Reconheço-te!

Lembras-te?

Que triste!

Nem eu.



Agora…



Agora lembro-me de ti, de uma noite fechar os olhos e já não ser o brilho da lua o meu preferido.
Daniii 7d
La soledad no llega como un trueno,
llega como el polvo:
lenta, invisible,
y cuando te das cuenta,
ya cubre todo lo que sos.

No golpea la puerta.
No necesita permiso.
Se mete en los silencios,
en las pausas,
en las noches donde nadie pregunta por vos.

Hay días que no me hablo,
como si mi voz también me abandonara.
Y me observo, desde lejos,
como si fuera otro,
alguien que camina sin destino
pero aparenta tenerlo.

Soy mi propio testigo,
mi propio juicio,
mi propia pena.

A veces pienso que la soledad
no es no tener a alguien,
sino no tenerse a uno mismo.
Y yo me perdí hace tiempo
en alguna pregunta sin respuesta.

¿Cómo se llena un vacío
que tiene la forma exacta de uno mismo?
¿Cómo se abraza el alma
cuando no sabe dónde está?

Hay una tristeza que no llora,
pero arde.
Una nostalgia de algo que no existió,
una memoria inventada
para no sentir que no hubo nada.

Yo he hablado con la sombra
que mi cuerpo proyecta,
y me ha dicho verdades
que ni yo me atreví a confesar.

He amado sin voz,
he esperado sin esperanza,
y he escrito versos que nadie va a leer,
pero que me sostienen
como si fueran raíces
en la tierra de mi propio abismo.

Y en medio de todo eso,
me descubro…
no vencido,
pero cansado.

Cansado de ser fuerte por dentro
mientras por fuera todos creen
que no me pasa nada.

La soledad también respira,
y cuando se acuesta conmigo
en mi cama sin nombre,
a veces me arrulla…
como si fuera lo único
que aún me queda.


Derechos de autor ©️

~Daniii

— The End —