Um tormento incessante me invade.
Carne que outrora foi deflorada
emana dor e desprezo.
A visão, turva, oculta
uma fé costurada com medo e sangue.
Crescer foi apagar pegadas
que os meus próprios pés deixaram para trás.
Vivo num silêncio ensurdecedor.
Meu passado lança sombras
sobre um amor que ainda nem viu o sol.
Há sombras que me visitam ao cair da noite,
mas deixo a janela entreaberta
para a luz.