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Arold Jun 2020
Os meus pensamentos são rápidos e ferozes
Mas a minha voz ainda enfraquece
Pernas tremem com o vento
O meus lábios cerram-se envergonhados

Dizer ou não dizer
Mostrar ou esconder
O facilitismo que provém da irracionalidade
Dá me enjoos matinais

Deixa andar diz ela
Mas a mim só me apetece fugir
Gostava de saber esconder mais
Para mostrar-te menos
Sei que aí irias perceber-me melhor

Mostrar uma faceta falsa
Para aquilo que é verdadeiro se diminuir
Queria que ficasses mais tempo
Para que eu te possa ignorar um pouco mais de manhã
Tem dias que me pego pensando em ti,
em todas as vezes que senti tua falta.
Esqueci tua voz —
aquela que me arrancou
as mais sinceras gargalhadas que um dia já dei.

Esqueci tua risada —
a que ria a todo momento
das minhas palhaçadas.
Mas nunca, nunca me esqueço de você.

Quando você se foi,
levou uma parte de mim junto.
E a parte que ficou…
ficou sem rumo.

Não estava preparada para o adeus.
Nunca estive.
Você me ensinou tantas coisas,
mas não me ensinou a me despedir de você.

E em alguns dias —
aqueles em que a saudade bate à porta
mais forte do que nunca —
penso nos teus sonhos,
nas metas nunca cumpridas,
nos desejos nunca ditos...
e me encontro desolada.

Choro até não restarem lágrimas,
até a saudade diminuir,
até o peito parar de apertar.

Achei que teríamos tanto tempo…
E de fato, tivemos.
Tivemos tanto tempo
que me esqueci
que cada minuto era especial.

Só me lembrei disso
quando te perdi.
Quando nem os segundos
ao teu lado
eram mais possíveis.

— The End —