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Matthieu Martin Jul 2015
Às vezes me pergunto qual é o sabor do teu beijo.
Como é a sensação de colocar a mão sobre tua cabeça e sentir o deslizar dos teus cabelos entre meus dedos...
se tua língua é tão intensa quanto teu olhar,
se é tão habilidosa com ela quanto é com as palavras.
Como deve ser o toque dos teus braços ao cercar o meu corpo..
Imagino se o calor do teu hálito é capaz de acalentar uma alma que a saudade já congelou...
minha mente se perde em ilusões, sonhos, devaneios;
me pergunto se o que dizem sobre escorpião é verdade...
Cezú Aug 2024
Me pondría las botas
con ***** de acero, llenas de lodo
para machacarte la cabeza contra el cemento
Y finalmente exhalar
el humo que me metiste y aún cargo dentro

Porque sé que me dirías que en vez de saltarte encima debería patearte
Porque arriba de ti no causo daño
Ya me lo decías tú

Quisiera agarrarte del pelo
Arrancarte el cuero cabelludo como peluca de ortiga
Atarte a un poste de luz en un callejón oscuro
Azotarte con tu pelo y cubrirte de tu propia caspa

Deslizar la navaja para abrirte una sonrisa
Aunque no soportaría tus gritos, solo por eso no lo haría.

Exprimirte las manos sudorosas
Y ensanchar el mar de distancia entre tu padre y tú

Ya calva, te arrastraría al barrio
para condenarte a trabajar de cajera
Y a no conocer a nadie que guste del arte
el resto de tu mugrosa vida.
Barco Rabelo à Deriva



Um barco rabelo à deriva,
sem rosto, sem leme, sem voz.
Carrega no ventre o silêncio dos homens
que foram pais e avós.

Foi rio acima com sonhos de vinho,
volta vazio, ausente,
como se o Douro chorasse sozinho
hoje, amanhã e sempre.

No espelho do Douro, sem norte nem cais,
leva no casco feridas antigas
e no silêncio, vozes
que não voltam mais.

Não tem vela, não tem rumo,
não carrega mais o vinho dos deuses,
mas ainda flutua,
feito fantasma de um tempo
que tudo leva com o vento.

Era nele que os homens desciam o rio,
com o coração nas ondas e, por vezes, frio,
o suor preso às amarras da encosta…
Vinham da montanha com o amor
de quem do rio sempre gosta.

Agora, o barco vai só,
como uma rena sem trenó,
vendido em copos que não sabem a chão,
nem sentem compaixão .
Como os velhos que ficaram nas aldeias
a ouvir o uivar das alcateias.

Ninguém ouve esse barco rabelo a deslizar,
ninguém lhe pergunta onde vai parar.
Foi nas suas tábuas cheias de podridão,
foi na sua sombra que se rezou pelo pão,
foi com ele que se ensinaram os filhos
a amar  sem explicação.

Mesmo sem leme,
carrega a alma duriense,
que ama e sente...
Carrega promessas por cumprir,
carrega o abraço do pesar e do sentir
e, sem rumo, vai prossegui
Barco Rabelo amor Douro

— The End —