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Laura Araújo May 2018
Eu
Sinto-me fraco e impotente

Quando ouço o que dizes

Só para me ver contente.

Nessa vã tentativa, eu sorrio

Para sentires que cumpriste o objetivo.

Dizes-me que estou cada vez mais frio

E eu calo-me para não ser repetitivo.

Recuso-me a explicar-te novamente

Que nada nem ninguém poderá mudar

O que vai na minha mente

E que ninguém me pode ajudar

Mesmo que tente incansavelmente.

É algo com que aprendi a lidar

Embora contra a minha vontade

E mesmo que tentasse explicar

Iria ficar pela metade.



Vou tentar:

Talvez assim me sinta menos cobarde!

É um sentimento que vem acompanhado...

Por estar neste estado

Acabo me sentindo culpado.

Culpado por ser insuficiente.

Insuficiente para o que quer que seja.

Só quero seguir de forma prudente,

Não é isso que todo o mundo deseja?

Sinto-me um fardo,

Não me leves a mal,  

Mas estou farto.

São os sentimentos que se atropelam,

Vozes na minha cabeça que não se calam,

Dúvidas que se interpelam

E outras coisas que me abalam

E me deixam ansioso.

A ansiedade gera medo

E o medo gera ansiedade.



É neste ciclo vicioso,

Entre medos e outros enredos

Que eu me encontro com a realidade.
Mistico Mar 2
E assim foi… mais uma história marcada,
não pelo encanto da reciprocidade,
mas pela ilusão de um afeto passageiro,
que se desfez tão rapidamente
quanto a folia de um dia de carnaval.

Representaste, por um breve instante,
o que havia de melhor em mim,
fingindo corresponder à sinceridade
que, em meu peito, era eterna.
No entanto, tua lealdade revelou-se fugaz,
tua entrega, mera conveniência,
e ao primeiro sopro da euforia mundana,
trocastes um amor sincero
por uma aventura vazia,
tão efêmera quanto tua promessa de permanência.

Pensamentos atropelam-se, o coração pesa,
e mais uma cicatriz se forma na pele da experiência.
Algumas lágrimas caem, não por arrependimento,
mas pela constatação amarga
de que fui generoso demais,
ao conceder espaço a quem jamais o soube valorizar.

Não me culpo por sentir, nem por entregar
o que havia de mais puro em mim.
A culpa recai sobre quem se perde
em suas próprias artimanhas,
fadado a colher os frutos de suas escolhas,
quando o tempo cobrar sua dívida.

Assim segue o jogo da vida:
hoje engana-se, amanhã é enganado.
Não somos perfeitos, mas a verdade sempre se impõe,
e eu fui prova viva de que minha sinceridade jamais titubeou.
Pena que nem todos possuem a mesma grandeza.

Trocar uma vida inteira por um instante de prazer
é um preço alto a se pagar.
No fim, não há rancor,
apenas a constatação do óbvio:
agora, todos sabem quem realmente és.

Por isso, deixo apenas um agradecimento –
não por tua presença, mas por tua partida.
reflexão, decepção e uma lição aprendida

— The End —