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Victor Marques Oct 2013
As aldeias

Outrora as plantas eram verdes e singulares,
Aldeias dispersas expostas ao luar,
Pelourinhos estranhamente nus,
Candeias e pouca luz.

Cavalos, burros com albardas e ferraduras,
Charruas, enxadas e portas sem fechaduras.
Cabras, ovelhas, cães e as alcateias,
Galinhas e galos  passeiam nas aldeias.

Tantas Igrejas do tempo do Marques de Pombal,
Se expõem e embelezam Portugal.
As fontes são antigas com água para beber,
Ribeiro que corre por correr…

O xisto e o granito ficam imortalizados,
Exaltam o trabalho de nossos antepassados.
Aldeias lindas que enchem livros nunca lidos,
Aldeias dos amores e dos amigos…

Victor
aldeias, portugal, granito, xisto
Victor Marques Sep 2013
O Poeta que ama o Douro e suas enxadas….

Poeta perdido e sem vontade de caminhar,
Um espelho branco que reflete um olhar.
Ele se espanta com a beleza do rio,
Verão de incêndios, muito quente e doentio.

Palavras bonitas á floresta bem-amada,
Fogueiras de gente tresloucada.
O Poeta ama a montanha quando escreve,
Alma pura como a neve.

O Poeta partiu seu punho que ama as alcateias,
Cidades, montes, vales e suas aldeias.
O Poeta escreve sobre chamas apagadas,
Ama o Douro e suas enxadas.

Victor Marques
Victor Marques Oct 2013
As fontes antigas

Nas fontes antigas eu gosto de beber,
Vejo arte e saber.
As pedras moldadas por mãos doridas,
Ali estão parecem adormecidas.

Fontes antigas de aldeias perdidas,
Tantas histórias ali foram vividas,
Cabelos soltos ao vento,
Bebo água e me sento…

Todos bebem pela mesma jarra,
Machado e sua guitarra…
Os animais ao lado tem sua pia de água transparente,
Pois também bebem e ficam contentes.

Os velhinhos contam das moças de outrora,
De alguém que com água as benze e namora.
As oliveiras e vinhas espreitam com leveza,
Amor às fontes e sua beleza…

Victor Marques
fontes ,água
Victor Marques Apr 2013
Lavandeira        


Aldeias dispersas á tua volta,
Lá longe o infinito horizonte,
Com aconchego ela se encontra,
Pomposo castelo no cimo do monte.

Fontes frescas, cristalinas e antigas,
Verões quentes que trazeis tantas fadigas,
Ruas envaidecidas com suas flores,
Santa Eufémia e tantos fervores.

Majestosa sobre proteção de sobreiros e penedos,
Colinas caídas em direção ao douro,
Céu azul, trigo loiro,
Rodeada de oliveiras e vinhedos.

Victor Marques
Victor Marques Sep 2013
Carrazeda de Ansiães

Terra linda que santos e pelourinhos tu tens,
Planalto que se estende no horizonte,
Castelo pomposo de Ansiães,
S.Lourenço e bendita fonte.

Coleja, Linhares e Codecais,
Senhora da Ribeira e Pinhal Do Norte,
Tua, Fiolhal com pintassilgos e pardais,
Ribalonga e Nosso Senhor da boa morte.

Vilarinho e Mogo de Ansiães,
Beira Grande terra do além,
Parambos, Luzelos e Arnal,
Areias e Zedes sem igual.

Samorinha e Amedo numa tela,
Belver , Pombal e Paradela.
lavanderia e Selores,
Seixo e seus amores.


Brunheda, Fontelonga e Marzagão,
Todas as aldeias em união,
Não direi mais por falta de inspiração,

Carrazeda no coração...

Um abraço a todos
Victor Marques
Hakikur Rahman Apr 2021
O rio corre através do mar
Ora reto, ora dobrado
Não sabe por onde parar.

Na estação chuvosa fica inundada
Este lado, esse lado, ambos os lados ficam inundados
Leva tudo o que encontra na frente.

Aldeia de carros alegóricos, aldeias
Vai para baixo
Quanto do caminho e da área.

No verão, torna-se fino
Algumas rotas se tornam inacessíveis
O rio é único na era de quebrar e fazer
Então, nas páginas da vida
Observações pendentes.
A meus queridos pais

Meus pais me deram a vida e me deram um amor infindável que me fizeram florir como a mais bela rosa dum campo nunca antes semeado.

A eles e a Deus tudo lhe devo . Sempre grato a meus antepassados procuro força e coragem para enfrentar os desafios de uma sociedade débil, que nos rodeia e deixa por vezes sem sentido para a própria vida.
Por essas aldeias de Portugal tantos idosos,  tais como minha querida Mãe procuram conforto nas asas de uma borboletinha que de vez em quando nos aparece!

Obrigados a se adaptar, a conviver e porque não encontrar novos amigos em centros acolhedores em que lhe são servidas refeições e tem alguém para lhe dar um pouco de carinho.
Deixar as próprias casas parece ser o fim da vida.
Mas continuar na solidão não é remédio,  pois ainda existem locais onde nossos ente queridos podem ser assistidos, visitados e assim manter acesa a chama da vida.

Vida mais ativa parece ser a única alternativa em locais onde eles possam conviver e ter alguém para os ajudar nas quedas e no passar do tempo que se perde no próprio tempo.

Sofrimento e dependência para eles e para nós é uma realidade que se vive e sente em nossos queridos :primos, pais,  tios ,tias,avós ....

Quando nossos idosos começam a ficar esquecidos, confusos ou bastante repetitivos faz nos pensar que estarem sozinhos nunca vai ser a solução!

A independência enquanto jovens pode ser um benefício,  mas quando idosos se torna muito comum ser uma espécie de isolamento, de lutas consigo mesmo em querer fazer o que no nosso intimo os proíbe de fazer...

Victor Marques
Pais,amor,solidão
Barco Rabelo à Deriva



Um barco rabelo à deriva,
sem rosto, sem leme, sem voz.
Carrega no ventre o silêncio dos homens
que foram pais e avós.

Foi rio acima com sonhos de vinho,
volta vazio, ausente,
como se o Douro chorasse sozinho
hoje, amanhã e sempre.

No espelho do Douro, sem norte nem cais,
leva no casco feridas antigas
e no silêncio, vozes
que não voltam mais.

Não tem vela, não tem rumo,
não carrega mais o vinho dos deuses,
mas ainda flutua,
feito fantasma de um tempo
que tudo leva com o vento.

Era nele que os homens desciam o rio,
com o coração nas ondas e, por vezes, frio,
o suor preso às amarras da encosta…
Vinham da montanha com o amor
de quem do rio sempre gosta.

Agora, o barco vai só,
como uma rena sem trenó,
vendido em copos que não sabem a chão,
nem sentem compaixão .
Como os velhos que ficaram nas aldeias
a ouvir o uivar das alcateias.

Ninguém ouve esse barco rabelo a deslizar,
ninguém lhe pergunta onde vai parar.
Foi nas suas tábuas cheias de podridão,
foi na sua sombra que se rezou pelo pão,
foi com ele que se ensinaram os filhos
a amar  sem explicação.

Mesmo sem leme,
carrega a alma duriense,
que ama e sente...
Carrega promessas por cumprir,
carrega o abraço do pesar e do sentir
e, sem rumo, vai prossegui
Barco Rabelo amor Douro

— The End —