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10h
Minha mente levanta cânticos
junto às estrelas funestas,
jamais reverenciei o Sol.
Dentro de mim,
um ninho de incertezas,
uma dor ossificada
que murmura: sempre foste só.

Pois eu sou pira acesa,
presa ao contorno
de quem nunca conheceu o amor.

Teus lábios, a soleira do hálito.
Vinde a mim teu bálsamo,
ressuscitando-me do lodo primordial,
como as mãos de Jesus sobre Lázaro.
Firmamos o pacto numa cólera prosaica
e um tanto inatural.

Fui exilado de mim por tanto tempo —
meus sonhos e medos.
Agora só sigo a luz dos teus olhos —
abajures de pele,
nunca em Buchenwald fizeram igual —
faróis que consomem minhas sombras
até que você também se apague
e habite apenas o meu coração.
Written by
iannogueira
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