Minha mente levanta cânticos junto às estrelas funestas, jamais reverenciei o Sol. Dentro de mim, um ninho de incertezas, uma dor ossificada que murmura: sempre foste só.
Pois eu sou pira acesa, presa ao contorno de quem nunca conheceu o amor.
Teus lábios, a soleira do hálito. Vinde a mim teu bálsamo, ressuscitando-me do lodo primordial, como as mãos de Jesus sobre Lázaro. Firmamos o pacto numa cólera prosaica e um tanto inatural.
Fui exilado de mim por tanto tempo — meus sonhos e medos. Agora só sigo a luz dos teus olhos — abajures de pele, nunca em Buchenwald fizeram igual — faróis que consomem minhas sombras até que você também se apague e habite apenas o meu coração.