Douro, Meu Amor
Levanto cedo, antes do sol tocar as vinhas,
antes do vento acordar as folhas,
antes do rio refletir a luz do céu.
Acordo com sonhos e sem medo,
ouvindo os passarinhos cantarem
um coro de vida, uma celebração no ar,
sobre os socalcos, entre pedras,
onde cada cacho amadurece
como fruto do amor que se merece.
Mãos que acariciam a terra,
mãos que trabalham, que moldam o Douro,
mãos que contam histórias antigas
e sonhos novos,
raízes de família, raízes de memória.
O perfume do xisto, do mosto, da vida
enche o ar, enche o coração,
faz dançar tudo que muda
de estação a estação.
O rio serpenteia, espelho de luz e cor,
e cada passo pelos caminhos de pedra
marca um compasso,
uma sinfonia do dia e do primeiro amor.
Ao fim, mãos sujas, olhos cansados,
família reunida, risos e histórias partilhadas.
E o Douro, meu amor,
entre pedra e céu, entre suor e poesia,
fica sempre dentro da minha tristeza e da minha alegria.
Douro, amor.
Victor Marques
Douro meu amor