Dourado, como o fim de tarde que adormece os montes, como o néctar que escorre dos bagos amadurecidos pelo tempo. pelos horizontes. Assim é o Douro Doce no coração, valente na alma, firme como os braços dos que vieram antes., de outra geração. Feitos bagos de uva de uma só nação.
Aqui, neste vale esculpido a pulso envaidece cada socalco é uma carta de amor dos antepassados que nos rejuvenesce , cada videira com sussurro antigo a dizer: Fica. Ama. Cuida para o Douro Bendizer!
O Douro não é só paisagem, é herança viva, é o abraço de um avô invisível, é o beijo de uma avó deixado num cálice de Porto. E dum barco rabelo à deriva Sem cara nem rosto.
Quem aqui ama, ama devagar. Com mãos sujas de terra cuidar
com olhos que choram quando o céu se pinta de ouro dourado. Ama com o peito inteiro pela lança lancetado como se cada gole de vinho fosse um reencontro do presente passado, com a infância, com a origem, com o eterno amor sempre esquecido.
No Douro, o amor não morre amadurece. Como o vinho nos tonéis que sendo ser vivo, Tudo ama e nossa alma se envaidece Douro dourado doce que nunca desaparece.