Sou Alvor, luz primeira do dia, Que beija o verde com melodia. Nasce o sol sobre os ombros da serra, Desperta a vida que a terra encerra.
Folhas orvalhadas cantam baixinho, Agradecendo o calor e o caminho. A vinha, em fileiras como versos sagrados, Ergue-se em prece pelos dias passados.
Ali, a casa de pedra repousa em silêncio, Guardando histórias, vinho e pertencimento. Sou alvorada, sou bênção, sou promessa, Sou o tempo que passa sem ter pressa.
Deus escreve com luz neste cenário, A beleza é um gesto necessário. Sou poeta da videira e da paz, Alvor do amanhecer que tão bem me faz.