Chora a música da minha vida Em ti amei em meio as minhas dores – Tão perdida, tão perdida E deste aos defuntos comer as flores
Chora a aurora da minha vida Sou eu uma encarnada contradição – Tão perdida, tão perdida Desatando os elos da criação!
Morte alada espero eu, nos confins Perdida vida eu desespero Castelos, masmorras de jasmins Nem por Deus nem por ninguém eu mais espero!
Quero morrer assim, num quanto qualquer De um mundo só meu! Quero ser o que Deus não deu Morrendo para sempre, a morte tão bem me quer!
Quero morrer na luz, do instinto Vagos ao longe dos assomos passageiros Quero ser para sempre os luzeiros Do meu ideal indistinto.
Chore a aurora para sempre a minha vida Chorem os palhaços nos pedestais da crença E por fim, tão perdida, tão perdida A minha vida seja a eterna musa da Indiferença!