Noctâmbulo supremo do abismo Jamais encerra o exorcismo De ser um Deus para o absurdo, e enfim Vingar em risos, o que há dentro de mim!
Tu és um Deus de amor além De quem não tem a amar ninguém Além de si mesmo! E traz da consciência na eterna noite fria A alma do infinito que em mim se esvazia...
Teu sou eu! Ó, meu nada eterno. À ti amei em meio às minhas cruzes Na natureza mórbida deste mundo me reduzes Como cinzas a vencer o inferno!
Dancemos batizados no vinho da loucura Teus sonhos são uma velada criatura Para o próprio criador que não te compreende... E saltas como um arlequim e um duende
De sonho em sonho, de consciência em consciência Tragando com sátiras a vil ciência E superando a metafísica de todos os seres Há de trazer congregados os grandes prazeres
De nada ser, de tudo ser, de nada querer... Como um Buda insepulto de mil amálgamas Conhecendo todas as nefastas almas Eu sou um contigo, e sempre haveremos de vencer!