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 Sep 2013
Victor Marques
António teu nome,
Agricultor, vitivicultor.
Apaixonado pela terra,
Pelo Douro, pelos Montes.


Aquele amor que não se encerra,
Dorme na colina, na serra.
Colheu tristeza na Guerra Colonial,
Amou  o Douro e Portugal.


Semeou a terra que alegrias lhe traria,
Amou seus filhos e sua esposa Maria.
Plantou videiras que olhavam o céu estrelado,
Fez vinho com amor imaculado.



As uvas são um amor para toda a vida,
Deus nos ama até na despedida.
Olhou para o Rio Douro eTua ,
E na memória de um povo com glória,
Com aquela lágrima que eu sinto agora.
Me conforto no horizonte duriense,
Hoje, amanhã e sempre.


Victor Marques
amor, douro, Pai
 Sep 2013
Victor Marques
Saudades de ti

Labirinto que a todos convida,
Sofrimento que sempre sufoca,
Na despedida desta vida,
Fugiu a vontade própria.

Peregrinos cansados de sonhos vividos,
Esperança no reino de Deus,
Riscos por vezes corridos,
Saudade dos filhos teus.


Despedida que nunca acabe,
Famintos de nova luz,
Sentir sempre saudade,
Rezamos por ti a Jesus.

A tua companhia era tão terna,
Recordação deste teu dia,
Morte que a todos condena,
Nobre e eterna fidalguia.

Victor Marques
 Sep 2013
Victor Marques
As minhas raízes


Tenho necessidade e plena razão,
De puxar pelo meu botão,
De amar com o coração,
De gritar e dizer não!

Vivo no cume do monte,
A meu lado fresca fonte,
Perdido nestes infindáveis horizontes,
Sou do Douro, de Trás-os – Montes.

Vinhedos e dispersos olivais,
Sobreiros e outros matagais.
Singela e sempre nobre simpatia,
Luz bendita do meio-dia.

Victor Marques
 Sep 2013
Victor Marques
Esse amor tão Teu sempre generoso

Recordar-te meu querido Pai,
Teu sofrimento e tuas conquistas.
As preocupações mundanas,
Ver nascer nos campos bonitas açucenas.

Ligação terna e terrena se vê na morte,
Com muita ou pouca sorte,
Honestos conselhos sempre nobres,
Simpatia para ricos e pobres.

Teu lagar com suco espirituoso,
Amor sempre generoso.
Terra duriense escaldante,
Cepas direitas e tortas,
Horizonte tão distante,
Vinhas vivas e mortas…!

Pedrinha sobre pedrinha colocais,
Vinhedos e olivais.
Altares do Deus adornais,
Rolhas de bonitos sobreirais.

Victor Marques
amor,Pai, vinhas
 Sep 2013
Victor Marques
A minha descendência

A tua juventude que tiveste,
A minha força já veio de ti,
O teu olhar que em mim ficou,
Amor do pai e daquilo que sou.

As videiras tuas e de meus avós,
Vinhos de todos nós,
Oliveiras pacificas e queridas,
Uvas maduras apetecidas.

Paisagem que mata tua saudade,
A morte e a vida se beijam.
O Deus infinito nos precedeu,
Amor eterno do vinho que ainda é teu.

Victor  Marques
 Sep 2013
Victor Marques
Carrazeda de Ansiães

Terra linda que santos e pelourinhos tu tens,
Planalto que se estende no horizonte,
Castelo pomposo de Ansiães,
S.Lourenço e bendita fonte.

Coleja, Linhares e Codecais,
Senhora da Ribeira e Pinhal Do Norte,
Tua, Fiolhal com pintassilgos e pardais,
Ribalonga e Nosso Senhor da boa morte.

Vilarinho e Mogo de Ansiães,
Beira Grande terra do além,
Parambos, Luzelos e Arnal,
Areias e Zedes sem igual.

Samorinha e Amedo numa tela,
Belver , Pombal e Paradela.
lavanderia e Selores,
Seixo e seus amores.


Brunheda, Fontelonga e Marzagão,
Todas as aldeias em união,
Não direi mais por falta de inspiração,

Carrazeda no coração...

Um abraço a todos
Victor Marques
 Sep 2013
Victor Marques
Saudade de meus avós

Procuro uma justificação plausível,
Para tanto amor que recebi.
Indago nas profundezas do universo,
Escuto conselhos sábios nunca dum homem só,
Amor eterno a meus avós.

Caminhadas por entre giestas sedutoras,
Rebanhos que alguém guardou.
Hinos ritmados que alguém sabe cantar,
Chilrear dos que sabem amar…

Rochas que se expõem ao vento,
Fustigam meu pensamento.
Chuva que regas vinhas, olivais e belos jardins,
Quimeras e o meu jasmim.
Tempos dum amor natural e medonho,
Folhas secas de Outono,
Inércia dum amor infinito que sempre vou ter,
Saudade de meus avós e do seu viver…

Victor Marques
 Sep 2013
Victor Marques
O Poeta que ama o Douro e suas enxadas….

Poeta perdido e sem vontade de caminhar,
Um espelho branco que reflete um olhar.
Ele se espanta com a beleza do rio,
Verão de incêndios, muito quente e doentio.

Palavras bonitas á floresta bem-amada,
Fogueiras de gente tresloucada.
O Poeta ama a montanha quando escreve,
Alma pura como a neve.

O Poeta partiu seu punho que ama as alcateias,
Cidades, montes, vales e suas aldeias.
O Poeta escreve sobre chamas apagadas,
Ama o Douro e suas enxadas.

Victor Marques
 Jun 2013
Victor Marques
A vida das videiras

As videiras com sua brandura,
O azul do céu sem loucura.
A monotonia sempre presente,
A ousadia de um penar ausente.

Vida das videiras entrelaçadas,
Suas uvas, seus rebentos …
Preciosos e ternos momentos,
Saudade das lagaradas.

O ser humano no infortúnio, na graça,
O bago da vida que te abraça,
O xisto, o sol, vide sucinta e bela,
Pintores com sua tela.

As videiras de mãos dadas,
Horizontes em eterna harmonia,
Poemas da vida de videiras bem-amadas,
Vinho do amor, da vida, da tua alegria.

Victor Marques
 Jun 2013
Victor Marques
Uma Flor

Uma flor nasceu desprotegida,
Como nós ela tem vida.
Flores de alegria e tristeza,
Enfeites da mãe natureza,
Nasceu por acaso,
Sem jardim bem cuidado,
Uma flor de outra era,
Dá paz a quem a venera.

Uma flor sozinha,
A abelha nela poisou,
Deita uma lágrima, coitadinha.
O pássaro a abalou,
Quebrou com o sopro do vento,
Ficou só com seu sofrimento.


Victor Marques
 Apr 2013
Victor Marques
Dignidade humana

Pensamento sincero e celeste,
Verde do acipreste,
Gosto pela seara verdejante,
Caminhar sempre para a frente.

Pensamento desigual e com sentido,
Verão com primavera em flor,
Correr sem andar fugido,
Paciente doente e sem dor.

Pensamento e liberdade que aprisiona,
Verde da bela azeitona,
Sustentar a leveza com regra,
Educar a saudade que nos cega.

Pensamento sem ultraje, com emoção,
Dignidade do ser irmão,
Perceber a realidade que engana,
Pobreza na dignidade humana.

Victor Marques
 Mar 2013
Victor Marques
Videira Madura

Videira que a seca não abalou,
Coração meu que por ela chorou,
Bagos verdes com odores,
Videira e seus amores…

Videira embriagada no terreno duriense,
Sol quente que te bate no rosto,
Vento leve do mês de Agosto,
Xisto o teu confidente.

Videira sem repouso que merece,
A uva madura também apodrece,
Ressuscita, ao seu podador dá carinho,
Videira madura, o melhor vinho.

Victor Marques
 Mar 2013
Victor Marques
Pétalas são berço para te embalar

Lindas flores com eternos odores,
Escrita em prosa e verso,
Amor dado em excesso,
Pétala no chão para teus amores.

Rebanhos sem dono,
As pétalas muitos vaidosas,
Jardins com cheiro do medronho,
Pétalas roxas e cheirosas.

Conchas e seus colares,
Pétalas para namorares,
Campos de pedras seculares,
Rosas de muitos altares.

Victor Marques
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